sexta-feira, 29 de julho de 2011

Tumba do Apóstolo São Filipe pode ter sido encontrada na Turquia



Quinta-feira, 28 de julho de 2011, 18h23

Lisboa, 28 jul 2011 (Ecclesia) - O arqueólogo Francesco d’Andria afirmou esta quarta-feira ter encontrado na Turquia o túmulo de São Filipe, um dos doze apóstolos de Jesus, após anos de escavações em Pamukkale, na zona oeste do país.
“Há 12 anos que tentamos encontrar o túmulo de São Filipe. Finalmente encontrámo-lo entre os escombros de uma igreja que escavávamos há cerca de um mês”, disse Francesco d’Andria, professor de arqueologia e história da arte grega e romana na Universidade de Salento, na Itália.
O arqueólogo explicou que o túmulo ainda não foi aberto, mas acredita que a sua estrutura e as escrituras na pedra provem que aquela seja efetivamente a sepultura de São Filipe (século I).
“Um dia será aberta. Esta descoberta é de grande importância para a arqueologia e para todo o mundo cristão”, disse.
Um edifício octogonal guardou a memória do apóstolo São Filipe em Hierápolis, antiga cidade do Império Romano, existindo ainda uma basílica erguida no século V.
Em declarações ao jornal do Vaticano, 'L'Osservatore Romano', Francesco d'Andria indica que “esta igreja foi construída em volta de uma sepultura romana do século I que, evidentemente, era tida em grande consideração, dado ter-se decidido edificar uma basílica, mais tarde”.
A edição de 29 de junho do periódico, disponível desde esta tarde, cita Eusébio de Cesareia, autor do século IV, que identificava o apóstolo Filipe como aquele que “repousa em Hierápolis”, uma localização da qual, segundo o ‘Osservatore Romano’, “não restam dúvidas".
O jornal considera que a missão arqueológica italiana iniciada em 1957 e hoje composta por uma equipa internacional "terá provavelmente descoberto o túmulo do apóstolo".
Hierápolis é hoje considerada Património Mundial da Unesco e conhecida também por “cidade sagrada”.
Originário da Galileia, Filipe foi um dos doze apóstolos, tendo viajado, após a morte de Jesus, para evangelizar as regiões da Ásia Menor.
Segundo documentos e testemunhos históricos, o apóstolo terá sido lapidado e depois crucificado pelos romanos.
As relíquias de São Filipe estão guardadas numa igreja de Roma, juntamente com as de São Tiago Menor; a festa litúrgica dos dois apóstolos
 é celebrada anualmente a 3 de maio.

Rádio Vaticano
(Tradução de Mirticeli Medeiros - equipe CN notícias)


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Não mande "sucata" para o céu






A nossa meta está no céu, junto a Cristo. Um dia estaremos ressuscitados com Ele. Nossa meta está no céu, pois apenas passamos por esta terra, mas é dela que enviamos a matéria-prima para que o Senhor construa nossa morada lá; não somente para nós, mas para toda a nossa família. Você pertence a uma família que morará no céu.

Por isso todo esforço, luta, suor e lágrimas são válidos. Você combate por si e por todos eles, por esse motivo Deus o fez guerreiro.

Não mande "sucata" para o céu. Tenha a coragem de mandar, desde agora, "material de primeira" para construir a casa de sua família lá em cima. Na eternidade não existe "coluna do meio". Só existe céu e inferno, luz ou trevas. O tempo de nos transformarmos, de “enviar material” é agora. Estamos vivendo o tempo da Divina Misericórdia; caímos e levantamos, nos arrependemos e recomeçamos.

Não há lugar para você e sua família no inferno. Foi só no céu que Jesus comprou um lugar a preço do Seu Sangue. O inimigo de Deus não deu a vida para que você tivesse um lugar no inferno! No céu está o seu terreno: ou você manda "material" para construir sua "mansão" lá ou seu lugar ficará eternamente vazio.

Deus nos criou para Si, para a suprema alegria de viver com Ele para sempre na eternidade. O lugar que Nosso Senhor Jesus Cristo reserva para você, no céu, foi conquistado pelo preço do Seu Sangue. Ele morreu para que você tivesse vida. Não apenas esta vida, mas a vida eterna: a máxima felicidade. Cristo deu vida por vida. A vida d'Ele ao preço da nossa. Ele já reservou um cantinho no céu para a nossa família.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A Grande Promessa do Coração de Jesus - Novo Livro do Padre Joãozinho

 


Grande Promessa do Coração de Jesus é, segundo Pe. Joãozinho, autor do livro, uma escola de conversão. A obra se propõe a ser uma espécie de livro didático nesta escola de vida nova, e é indicada a todos, mas especialmente às pessoas que precisam retornar ao caminho de Deus.
Pe. Joãozinho aponta o significado da Grande Promessa do Coração de Jesus, revelada a Santa Margarida Maria: “O amor todo-poderoso do meu Coração concederá a graça da perseverança final a todos os que comungarem na primeira sexta-feira do mês, por nove meses seguidos”. Segundo o autor, nove meses é o tempo normal da gestação. “O Coração de Jesus nos convida a nascer de novo, exercitando a santidade por nove meses.”
Santa Margarida Maria, em suas experiências místicas, tinha visões do Coração de Jesus coroado de espinhos e pegando fogo e também ouvia uma série de Promessas de Jesus. Pe. Joãozinho salienta que, na verdade, se você ler cada uma das promessas com muita atenção, verá que Deus já fez essas promessas nas páginas da Bíblia. A Grande Promessa, por exemplo pode ser vista como uma reafirmação da promessa de Jesus no final do Evangelho de Mateus: “Estarei convosco todos os dias, até o fim!” (Mt 28,20).
A novidade deste livro é que o autor consegue atualizar e transformar essa “Promessa”, que parecia distante, em mensagem válida para hoje. Não se trata de uma pesquisa histórica. Ao autor interessa, sobretudo, sua importância para a vida cristã e para o crescimento espiritual das pessoas que a colocam em prática.
Trata-se de um manual prático que contém apresentação, ensinamento de como utilizar o livro, as 12 Promessas do Amor, a Grande Promessa do Coração de Jesus, Novena de Salvação e Orações.
Sobre o autor:
João Carlos Almeida, mais conhecido como Padre Joãozinho, scj, é sacerdote da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Doutor em Teologia (Pontifícia Faculdade N. Sra. Assunção-SP), Educação (USP) e Espiritualidade (Universidade Gregoriana – Roma), atua como Diretor Geral da Faculdade Dehoniana, em Taubaté-SP, onde leciona na área de Teologia Sistemática. É o autor da conhecida canção Conheço um Coração. Publicou vários livros por Edições Loyola, entre os quais:A ladainha do Coração de Jesus; As Doze Promessas do Coração de Jesus; Conheço um Coração – Lições que aprendi junto ao Coração do Mestre25 maneiras de rezar o Rosário, com mais de 50 mil exemplares vendidos; Combate espiritualNova era e fé cristã; Orações de Consagração ao Coração de Jesus.Tem pregado para movimentos como o Apostolado da Oração e a Renovação Carismática por todo o país, além de assessorar paróquias e dioceses.

Adriana Mara da Silva - Min.Comunicação Social 
Grupo de Oração Força Viva do Espírito

Santa Maria Madalena, "Eu vi o Senhor!"



Neste dia, 22 de julho de 2011, sexta-feira, a liturgia celebra Santa Maria Madalena, discípula de Jesus. Quem foi Maria Madalena? Foi uma mulher da qual Jesus expulsou sete demônios (conf. Evangelhos de Marcos 16,9; Lucas 8,2); era umas das mulheres que provinham às necessidades de Jesus; foi testemunha da crucifixão; do sepultamento de Jesus e do sepulcro vazio.

Assim, desde que Maria Madalena recebeu a graça de Deus ela não deixou mais de seguir Jesus. No evangelho deste dia, João 20,1-2.11-18, percebemos uma mulher cheia de dores, porque foi visitar o sepulcro (que ficava localizado em um jardim), procurando o corpo de Jesus para colocar perfumes, mas o sepulcro estava vazio. Maria Madalena fica triste e começa a sua busca pelo corpo do seu Senhor. Ela fala com os discípulos Pedro e João; ela fala com os anjos e até reclama para um ‘jardineiro’: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscar” (João 20,15). Percebe-se a dor desta mulher, preocupada em dar toda dignidade ao corpo do seu Senhor.

Para alegria e surpresa de Maria Madalena após ouvir seu nome “Maria!”, ser pronunciado por aquele ‘jardineiro’, ela exclama: ‘Rabunni!’ (quer dizer mestre). É Jesus, o seu Senhor que está vivo. Ele não morreu! A morte não poderia segurar o autor da vida.

A partir daí Maria Madalena é enviada pelo próprio Jesus Cristo a anunciar o ressuscitado.
‘Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (João 20, 18)’.

Somos convidados, como Maria Madalena, a todos os dias ‘ver’ o Senhor e sermos seus anunciadores. Diante das nossas tribulações, das nossas dores, Jesus se deixa encontrar. Jesus quer ter um encontro conosco nos jardins da nossa vida.

Observe com carinho. Jesus está sempre ao teu lado. Ele vê suas lágrimas, suas dores até mesmo seu desespero. Vire-se! Faça como Maria Madalena, ouça a voz do mestre te chamando pelo seu nome e então volte. Nas suas dificuldades você pode ver Jesus.

Que Santa Maria Madalena interceda por nós, para que possamos a cada dia diante de nossas dificuldades exclamar como ela: “Eu vi o Senhor!”.

Cleide Márcia B. de Paula
Coordenadora do Grupo de Oração Força Viva do Espírito

sábado, 16 de julho de 2011

O Perdão

Perdoar passa pelo coração e depois pela inteligência


O perdão começa sempre em nosso coração. Passa depois pela nossa inteligência. É uma decisão! Depois de concebido no coração e gestado no pensamento, ele [perdão] ganha vida por uma decisão irreversível e explícita. Enquanto não perdoamos, perpetuamos a falsa ideia de que a vingança e o ódio podem ser remédios para curar nossa dor, a vingança parece ser mais justa do que o perdão. Mas é só na hora. A longo prazo suas consequências serão terríveis e cruéis.

O perdão afeta o presente e o futuro, mas não pode mexer no passado. Não adianta nada querer sonhar com o passado melhor ou diferente. O passado foi o que foi. Não há o que fazer para mudá-lo. Podemos e devemos assimilá-lo e aprender o que ele tem a nos ensinar. Mais do que isso é impossível.

A esperança por um passado melhor é uma ilusão do encardido [demônio]. Ele é o grande especialista em passado. Jesus, ao contrário, nunca fez nenhuma pergunta sobre o passado de nunhuma pessoa. Ele nunca fez uma regressão ao passado com ninguém. Nem mesmo com aqueles que tinham sérios problemas afetivos e até sexuais. Parece estranho que o Senhor não tenha realizado uma sessão de cura interior das etapas cronológicas com Maria Madalena, Maria de Betânia, a Samaritana, Zaqueu, Pedro, Tiago e João, Judas e tantos outros que, por suas atitudes, demonstraram carregar sérios problemas oriundos da infância e mesmo na gestação.

Cristo não retomava o passado porque sabia que a única coisa que podemos fazer em relação ao passado é enxergá-lo de um jeito novo e aprender com o que ele tem a nos ensinar. Mas isso se faz vivendo intensamente o presente e projetando o futuro. Jesus foi o grande mestre do perdão. Ele nos mostra que o perdão não acontece de uma hora para outra e nem pode ser uma tentativa de abafar ou simplesmente ignorar essa dor. O perdão é um processo profundo, repetido tantas vezes quantas forem necessárias no nosso íntimo. A pressa é inimiga do perdão!

O perdão nos ensina a nos relacionar, de modo maduro, com o passado. Não é um puro esquecimento dos fatos, nem sua condenação. Não é a colocação de panos quentes e muito menos a tentativa de amenizar os acontecimentos. Perdoar é ser realista o suficiente para começar a ver o passado com os olhos do presente, voltados para o futuro.

Quem não perdoa não consegue se libertar das garras, interiores e exteriores, daquele que o machucou. Mesmo que seja necessário se afastar, temporária ou definitivamente, dessa pessoa, só podemos fazê-lo num clima de perdão.


Antes de colocar para fora do nosso coração alguém que nos machucou é preciso perdoá-lo. Sem perdão, essa pessoa vai permanecer ocupando um espaço precioso de nossa vida e continuará tendo um poder terrível sobre nós.



Do livro "Gotas de cura interior".

Padre Leo, SCJ

terça-feira, 12 de julho de 2011

O que significa ser "Católico"?

Um jovem me fez esta pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao confessar-se católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Ficou com esta dúvida intrigante. Queria uma resposta pois já estava começando a pensar que seus amigos tinham razão e que seria melhor mesmo mudar de igreja.
Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20. Utilizarei aqui a tradução mais popular nas bíblias evangélicas (Almeida, corrigida e fiel):
“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”
Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: TODO. Jesus tem todo o poder; devemos anuncia-lo a todos os povos, guardar todo o seu ensinamento na certeza de que estará todos os dias conosco. Esta ordem de Jesus foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego a expressão “de acordo com o todo”, pode ser traduzida por “Kat-holon”. Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente. Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O catolicismo, portanto, é o cristianismo na sua “totalidade”. É a forma mais completa de obedecer o mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandado pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura”. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!
Ao que tudo indica o termo “católico” se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João), pelo ano 110 dC. Pode significa tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época São Policarpo utilizava o termo “católico” também nestes dois sentidos. Santo Agostinho utilizou o termo “católico” mais de 240 vezes em seus escritos, entre 388-420. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (Catechesis 18:23). Veja que já está bem claro os dois sentidos de “Católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas por volta do ano 1000 aconteceu um grande cisma que dividiu a igreja em “ocidental e oriental”. A Igreja do ocidente continuou a ser denominada “Católica” e a Igreja do oriente adotou o adjetivo de “Ortodoxa”. Na raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja “autêntica”.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), grande teólogo ocidental, desenvolveu uma teologia da catolicidade. A Igreja seria “universal” em três sentidos: a) Está em todos os lugares (cf. Rm 1,8) e pode ser militante na Terra, padecente no purgatório e triunfante no céu; b) Inclui pessoas dos três estados de vida (Gal 3,28): leigos, religiosos e ministros ordenados; c) Não tem limite de tempo desde Abel até a consumação dos tempos.
A Igreja católica reconhece que cristãos de outras igrejas pode ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas a Igreja católica conserva e ensina sem corrupção TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.
Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica promovendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia seguimos à risca o mandato do Mestre que disse: “Fazei isso em memória de mim!” A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, me disse que gostaria de rezar a ave-maria, mas por ser evangélico não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o Magnificat em que Maria proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48)… e se questionava o por quê sua geração tão evangélica não faz parte desta geração que proclama bem-aventurada a Mãe do Salvador!
Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!
Padre Joãozinho, scj

sexta-feira, 8 de julho de 2011

OS GIRASSÓIS E NÓS



Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.

A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez que mudar a direção do Regente.

Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.

Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de voltar-me para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É Nele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo, o que Nele já está realizado.

Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.

Eu Dele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.

O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol, e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se Nele não colocarmos a direção dos nossos olhos.

Cada vez que o nosso olhar se desvia de sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol, o que na verdade não passa de luz artificial.

Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.

A vida é o lugar da Revelação divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir nas realidades humanas algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.

Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.

Sejamos como os girassóis...

Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.

Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.

Girassol só pode ser feliz se para o Sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.

Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.

Padre Fábio de Melo